quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Vantagens do GPL


"Mitos, lobbies e leis"
travam adesão ao GPL nos carros

Governo prepara alterações à legislação sobre o uso daquele combustível

Notícia segundo ncátia almeida, do DN


O litro de GPL custa metade do de gasóleo, é 59% mais barato do que a gasolina, é menos poluente e prolonga a vida do motor dos automóveis. Sendo assim, porquê a reduzida adesão a este combustível alternativo?

O DN colocou a questão a profissionais e associações do sector e obteve consenso nas respostas. Em primeiro lugar, existe um grande desconhecimento sobre o GPL por parte dos consumidores. A segurança, ligada ao suposto perigo de explosão, "é um verdadeiro mito. Todo o sistema é anti-retorno, ou seja, mesmo num caso de furo, que é muito raro, o sistema bloqueia", afirmou Albino Romão, empresário de montagem de aparelhos de autogás.

Segundo o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas Apetro, José Horta, "não há qualquer risco acrescido em relação à gasolina ou ao gasóleo".

Outro dos "mitos" criados é a falta de postos de abastecimento. Embora a rede seja bastante mais reduzida relativamente aos combustíveis tradicionais, existem cerca de 200 bombas GLP espalhadas pelo País. Além disso, os carros equipados para o GPL ficam sempre com o reservatório a gasolina, podendo ser movidos a um ou a outro combustível, consoante a opção do condutor.

A proibição de estacionar em parques subterrâneos é outra das razões apontadas para os consumidores não aderirem ao GPL. De facto, esta é uma das grandes desvantagens, mas que poderá ser alterada em breve (ver caixa).

O mesmo se passa com o dístico que os automóveis a GPL são obrigados a usar. "Aquilo parece algo a dizer que vai ali uma bomba. As pessoas não gostam de o exibir. Defendemos a alteração para um selo que diga "GPL, amigo do ambiente", destacou Neves da Silva, secretário-geral da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (Anecra) .

Mas mesmo com os inconvenientes, onde se inclui o custo do equipamento (ver texto em baixo), Albino Romão não entende o fraco desenvolvimento do GPL. "Há vários lobbies responsáveis por esta situação, como o das petrolíferas, que querem tirar o retorno dos investimentos que fizeram nos outros combustíveis, e os dos construtores de automóveis", frisou Albino Romão. Contudo, este empresário acredita que à medida que os consumidores estiverem mais informados e verificarem as poupanças que podem fazer com o GPL (que apesar de gastar mais meio litro do que a gasolina fica sempre mais económico), a adesão irá crescer.


Os números do gpl.

No ano passado foram vendidas 20,8 mil toneladas de GPL, enquanto nos primeiros sete meses deste ano foram comercializadas 10,2 mil toneladas. "O mercado está a descer e tudo indica que iremos acabar o ano nas 17 ou 18 mil toneladas", afirmou José Horta. Curiosamente, ao contrário do gasóleo e da gasolina, o preço do GPL tem vindo a descer. Em Fevereiro, custava 0,580 euros e neste momento ronda os 0,520 euros.